8.2.23

Ingeborg Bachmann

 

«Eu.»

[…]

 

2.

 

A escravidão, não a suporto

Eu sou sempre eu

Algo quer vergar-me

Prefiro quebrar.

 

Venha a rudeza da sorte

Ou do poder humano

Eis-me, sou assim, fico

E fico assim até às minhas últimas forças.

 

É por isso que eu sou sempre apenas um

Eu sou sempre eu

Se me ergo, ergo-me demasiado alto

Se caio, caio por inteiro.

 

Ingeborg Bachmann, Toute personne qui tombe a des ailes (Poèmes 1942-67), ed. bilingue, trad. Françoise Rétif, Poésie / Gallimard, Paris, 2015, p. 45. A tradução é minha, JFG.